sábado, 26 de fevereiro de 2011

Poema "Não sei", de Cora Coralina

Esse é um dos poemas mais lindo que já li. Veja e ouça com bastante atenção.


Cora Coralinapseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás,20 de agosto de 1889 — Goiânia10 de abril de1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cora_Coralina

SEGUE ABAIXO, O POEMA:

Para os entusiastas da educação que amam trabalhar com poesia:


Não SeiCora Coralina

Não sei... se a vida é curta ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais,
Mas que seja intensa, verdadeira, pura... Enquanto durar"

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O PAPEL DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA DO EDUCANDO

O papel do professor na formação da consciência crítica dos educandos

Helena A. D. A. Souza

As novas perspectivas da educação na atualidade têm como objetivo o pleno desenvolvimento da personalidade humana e o fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. Além disso, a educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações, grupos religiosos e raciais atender as novas tendências do mercado globalizado, levando todos a fazer frutificar seus talentos e potencialidades criativas.
Há uma luta mundial por uma cultura pela paz, uma vez que são tantas as catástrofes atuais que muitas vezes não se percebe o valor da educação e o quanto seu uso beneficiaria a democracia e as relações do ser humano com o meio ambiente em que vivemos. O ser humano é inacabado e o principal objetivo da educação é o seu constante desenvolvimento visando contribuir para o seu aperfeiçoamento numa dimensão ética e solidária, levando-os a aprender a conhecer, aprender a fazer, aprende a viver juntos e aprender a ser como propõe os pilares da educação para o séc. XXI.
Nessa reflexão é primordial analisar os fatores que impedem a formação da consciência crítica, tais como submissão, acomodação diante das teorias pedagógicas que ideologicamente constroem um sujeito passivo. O sujeito crítico e reflexivo tem um papel social de grande interferência na sociedade, mas enquanto houver professores com caráter dominador o processo educacional será excludente.
Tais teorias impossibilitam a percepção da interferência dos fatores socioeconômicos, culturais, bem como as diferenças, não propõem estratégias para desenvolver habilidades de reflexão. E ainda, “mascara” a capacidade do educando de refletir, criticar e ser criativo, tornando-o um mero receptor de informações prontas e copiadas que não têm sentido. Assim sendo, permite que a escola continue com o objetivo de transmitir ideologias próprias do sistema capitalista.
Vale ressaltar que há várias formas de conceber o fenômeno educativo e sua ação na sociedade, porém, a formação da consciência crítica é o principal instrumento que a escola pode utilizar para amenizar esses problemas de forma a superar a alienação e a desigualdade social.
Essa proposta não pode vincular-se apenas aos últimos anos da formação do educando, mas desde os anos iniciais. A criança já nasce num mundo social e desde o nascimento, vai construindo uma visão de mundo por meio da interação com a família, com os adultos do seu meio ou crianças mais experientes. Segundo Piaget (2000), nos primeiros anos de vida as crianças estão predispostas a aprender e a formar as primeiras imagens de si mesmas e do mundo que as rodeia, firma-se o primeiro traço social de seu caráter.
Há uma necessidade de maior investimento na formação do professor aliadas às políticas públicas educacionais que favoreçam esse processo, capacitando o professor para articular conhecimentos técnico-pedagógicos, teóricos e humanos de modo a favorecer estratégias na sala de aula para buscar a interação e o dinamismo na ação pedagógica. Além disso, é necessário motivar o aluno para compreensão e reflexão, na busca de uma aprendizagem com competência, capaz de despertar e favorecer a construção da consciência crítica. Paulo Freire (2000) tinha plena consciência da importância dessas ações quando afirmou:

“O que deve ser superado é o discurso oco e o verbalismo vazio sobre educação. O que deve ser instaurado é a pedagogia que começa pelo diálogo, pela comunicação, por ter uma relação humana que possibilite ao próprio povo a elaboração de uma consciência crítica do mundo em que vive”.

O trabalho de reflexão na escola tem por objetivo possibilitar a análise e compreensão das idéias dos autores, pois o mundo está em constante evolução e é preciso avançar de acordo com a sociedade. É preciso ir além da alfabetização. É necessário pensar possibilidades de levar os alunos a refletirem sobre a realidade e capacitá-los a fazer a opção de construir uma nova sociedade.
Ler e escrever apenas não basta, para viver e conviver em uma sociedade letrada, onde a “marquetinização” estimula o consumismo. É importante suscitar situações de participação, viabilizando e ampliando reflexões sobre os temas, o que levará o aluno a aprender a viver e agir nessa sociedade.
A escola democrática valoriza as habilidades e potencialidades dos alunos, respeita a diversidade cultural e oferece possibilidades que muitas vezes, a família não tem condições de oferecer.
É necessário ainda, promover na escola ambientes de discussão para desenvolver habilidades de pensamento. A problematização é importante e necessária para gerar situações socializadoras de informação, onde o professor passa a ser mediador da discussão. Os próprios alunos podem levantar questões e propor hipóteses para resolução de problemas, o que possibilita a formação da consciência crítica tornando o sujeito reflexivo.
A criticidade, reflexão e criatividade são elementos de fundamental importância para a formação do ser humano, enquanto agente transformador da realidade, capaz de libertar a humanidade da alienação e estabelecer uma sociedade socialmente mais justa.

Referências:
FREIRE, PAULO. Educação como prática da liberdade. 24ª ed., São Paulo; Ed. Paz e Terra, 2000.
FREIRE, PAULO. Educação e mudança. 24ªed., Ed. Paz e Terra, 2001.
PIAGET, J.; INHELDER; BARBEL. A psicologia da criança. 17ª ed., Ed. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2000.